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quarta-feira, 3 de julho de 2013

Ergonomia - Teclados e Lesões por Esforços Repetitivos

Nesta postagem iremos tratar de questões envolvendo o teclado e suas relações com a Ergonomia.

Mas, ante disso: Já se questionou por que as letras de um teclado comum são dispostas da forma que conhecemos/usamos?

Obviamente, esse formato foi aproveitado das antigas máquinas de escrever. Mas ainda assim, por que as teclas possuem essa disposição?


Imagem: máquina de escrever

Algumas histórias diferentes são contadas. Uma delas diz que Christopher Latham Sholes, inventor da máquina de escrever, desenvolveu esse layout para evitar que as partes internas da máquina responsáveis pela impressão emperrassem. Isto é, devido a uma limitação mecânica ficamos com esse layout que, embora já estamos acostumados, é no mínimo estranho.

Esse layout de teclado é comumente conhecedo como QWERTY, nome esse referente às seis primeiras teclas do dito layout.


Imagem: layout QWERTY

De acordo com a Secretaria de Estatísticas do Trabalho nos Estados Unidos (1997), houveram 73.796 casos de lesões ocupacionais com afastamento do trabalho devido a esforços repetitivos. Destes, 11.226 estavam diretamente envolvidos à digitação em teclados de computadores.

Segundo Amell e Kumar (2000), diversas fontes de estudo biomecânicos e eletromiográficos apontam que o QWERTY causa um estresse aversivo aos músculos de um usuários desses teclados, graças ao seu design ergonômico pobre. Esse problema não foi apenas notado recentemente e já nos idos de 1930 foi estudado por August Dvorak.


Imagem: Layout DVORAK


Dvorak desenvolveu e patenteou esse layout em 1937, fazendo um estudo estatístico das palavras do idioma inglês, de forma que os esforços de repetição ficasses melhor distribuídos por todos os dedos das mãos. Constatou-se que esse layout, quando dominado, apresentava velocidades de digitação superiores ao QWERTY em aproximadamente 8%. Todavia, críticas a esse layout indicam que a curva de aprendizado de digitação nessa disposição de teclas é lenta para pouco ganho em velocidade e, portanto, inviável para sua implementação em larga escala.

Entretanto, devemos ter em mente que essas críticas atacam um ponto que nunca foi o foco de dvorak; A ideia era fazer um teclado ergonômico e que causasse menores lesões aos usuários e não aumentar a produtividade.

Atualmente,  existem um pequeno número de usuários no mundo que o utilizam em suas atividades diárias. Praticamente todos os sistemas operacionais vem instalados com o dvorak, embora não habilitado por padrão obviamente, mudar o layout utilizando a visualização do QWERTY pode ser desencorajador para quem se aventurar a aprender essa nova forma de digitar.

Esta postagem vai ficando por aqui, mas ainda há questões ergonômicas em relação ao teclado a serem tratadas em uma próxima postagem. Até lá!

Fonte:
AMELL, T. K.; KUMAR, S. Cumulative trauma disorders and keyboarding work. International journal of industrial ergonomics, v. 25, n. 1, p. 69-78, 2000.

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