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domingo, 30 de junho de 2013

Acessibilidade para Pessoas com Deficiência



     Como foi falado na postagem anterior, as Tecnologias de Informática e Comunicação podem ajudar pessoas com deficiência (PCDs) a superar problemas de mobilidade, limitações físicas ou discriminação social, pois propiciam espaços alternativos de comunicação e construção, tanto individuais quanto colaborativos.




     Pesquisa publicada no Livro População com deficiência no Brasil fatos e percepções da Coleção FEBRABAN de inclusão social de 2006, mostra que 37,3% das PCDs do Brasil possuem um computador e 56,7% possuem acesso a um computador, independentemente de possuir ou não o equipamento.


Os resultados encontrados na pesquisa mostram uma porcentagem animadora, porém, ela deve crescer cada vez mais e isso só é possível com melhorias na questão da Acessibilidade. 




     A Tecnologia Assistiva desempenha papel fundamental no acesso de PCDs ao computador.  Ela designa os equipamentos (hardware) e os programas (software) que têm como função mediar a interação homem-computador, possibilitando às PCDs a realização de atividades motoras, perceptivas e cognitivas. Abaixo serão listadas algumas das Tecnologias Assistivas adequadas para cada tipo de deficiência, bem como algumas particularidades de cada uma.
Usuários com deficiência visual:
1. Usuários cegos:
  • Uma ferramenta fundamental para os usuários cegos são os leitores de tela: fazem a leitura do código por trás da tela. Exs: DOSVOX, Orca, NVDA.
Por isso, uso de equivalente textual em páginas da internet é fundamental!
Um
Essa imagem, sem o equivalente textual, seria captada pelo Sistema de Leitor de Tela (STL) apenas como "Bitmap picture". Já com equivalente textual, seria possível que o usuário tivesse uma descrição adequada da imagem:
 

  •  Navegadores textuais no lugar de navegadores convencionais com interface gráfica são bastante utilizados. A interface gráfica pode ser limitante para pessoas com deficiência visual.
  • Navegadores com voz também podem ser utilizados
  • Aliados às ferramentas citadas, usuários cegos também podem usar teclado e impressoras Braille.
 2.  Usuários com baixa visão:
  • Esses usuários necessitam o aumento dos textos das páginas web através dos navegadores ou utilizar lupas (eletrônicas ou por software)
3. Usuários com daltonismo:

  • Esses usuários precisam de telas com cores personalizadas ou mais contraste. Um recurso interessante, denominado "Daltonize" pode ser encontrado no site Vischeck. Trata-se de um algoritmo que faz mudança de cores nas imagens, para que fique mais fácil de pessoas com daltonismo notarem as diferenças de cores contidas nelas.

1) Imagem original 
2) Imagem vista por uma pessoa com daltonismo
3) Imagem tratada pelo Daltonize
4)Imagem tratada vista por uma pessoa com daltonismo


Usuários com deficiência auditiva:

     Apesar desses usuários representarem o grupo que possui mais acesso ao computador, segundo a pesquisa mostrada acima, é importante ressaltar que algumas adaptações devem ser feitas para que eles consigam ter acesso ao computador sem dificuldades.  As vezes esses usuários possuem a linguagem de sinais como primeira língua. Portanto, são necessários alguns recursos auxiliares como legendas em áudio e vídeo na língua de sinais, além dos idiomas originais e figuras que facilitem a compreensão dos textos.

Usuários com deficiência motora:


Esses usuários podem possuir fraqueza, limitação no controle muscular, limitações de sensação, problemas nas juntas ou perda de membros. Podemos dividir o acesso desses usuários ao computador em Acesso Direto e Indireto.

1. Acesso direto: esses usuários possuem limitações físicas, mas possuem coordenação motora suficiente para controlar os periféricos adaptados para elas. Algumas ferramentas úteis da Tecnologia Assistiva para esses usuários são:


  • Teclados ergonômicos, miniteclados, teclados expandidos
  • "Colmeia", "sujeita-teclas"
  • Ponteiros de Cabeça, Apontador Bucal

2. Acesso mediado: quando o usuário não tem coordenação motora suficiente, seu acesso ao computador deve ser feito por recursos intermediários como comutadores ou acionadores: hardwares conectados ao computador para informar ao programa a ocorrência de uma resposta. Esses recursos podem ser:

  • Botão, alavanca, pedal, acionador sensível ao sopro, gemido, toque, proximidade, inclinação, direção do olhar, piscar
Um grave problema para a questão de Acessibilidade é que muitas vezes as pessoas acreditam que o que está visível é acessível, mas nem sempre isso é verdade. Um produto, além de seguir às exigências para pessoas com deficiência, deve apresentar uma facilidade de acesso. Podemos tomar como exemplo um usuário com tetraplegia que navega pela internet apenas via teclado e quer preencher um formulário de cadastro. Porém, vamos supor que esse formulário encontra-se após o trigésimo segundo hyperlink da página. Ele está totalmente visível na tela, porém o acesso a ele seria difícil e cansativo: o usuário teria que apertar a tecla "tab" do teclado 32 vezes!
A solução para esse tipo de questão é incrivelmente simples: basta que o projetista do website acrescente teclas que atalho que levam diretamente ao conteúdo principal exibido por aquela página:

Para finalizar essa postagem, gostaria de indicar uma edição do programa de televisão Globo Ciência que abordou o tema da Acessibilidade Digital, mostrando as dificuldades enfrentadas por PCDs e também algumas invenções que ajudaram a vencer algumas dessas dificuldades:


Referências utilizadas para escrever essa postagem: 
PASSERINO, L. M. MONTARDO, S. P. Inclusão social via acessibilidade digital: Proposta de inclusão digital para Pessoas com Necessidades Especiais¹. Revista da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação, abril 2007
CARVALHO, J. O. F. de. O papel da interação humano-computador na inclusão digital.
Transinformação, Campinas, 15: 75-89, set./dez. 2003
SANTAROSA, L. M. C. Inclusão Digital: Espaço possível para pessoas com necessidades educativas 
especiais. Educação, Cadernos, edição 2002, n.º 20.
HOGETOP, L. SANTAROSA, L. M. C. Tecnologias Assistivas: Viabilizando a Acessibilidade ao 
Potencial Individual. Informática na Educação: Teoria & Prática, v. 5, n.º 2, Porto Alegre, nov. 2002

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