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domingo, 30 de junho de 2013

Como projetar Interfaces

Interface é o ambiente onde se dá a comunicação entre os usuários e o sistema.

Uma interface amigável deve possuir as seguintes características:

  • Usabilidade e Coerência (adequação ao usuário).
  • Facilidade de comunicação.
  • Facilidade de uso e aprendizagem.
  • Fornece um ambiente de trabalho familiar.
  • Fornece um mapa, o objetivo da realidade (previsível e informativa).
  • Simplifica a realização de tarefas.
  • Transmite segurança por ser controlável pelo usuário.

Já definimos Ergonomia Cognitiva (se você ainda não sabe o que é, clique aqui), então vamos falar agora sobre alguns aspectos dessa definição de ergonomia que nos ajudam a criar interfaces melhores para os usuários de nosso produto, por exemplo um software ou um site.

Alguns modelos cognitivos são de grande importância para projetar interfaces:

  1. Escrita e leitura: as informações são ligadas por nós (no sentido de nós de uma rede), o que permite uma correlação entre os modelos mentais. O pensamento não é linear e obedece ao modelo da rede semântica;
  2. Estocagem: a memória de trabalho comporta de 5 a 7 elementos. O respeito a esta característica facilita a tomada de decisão durante a realização de uma tarefa;
  3. Recuperação: a organização dos itens e do contexto no qual eles são estocados tem uma grande importância para a eficiência da recuperação da informação;
  4. Metacognição: a consciência dos próprios processos cognitivos favorece o controle e a regulação da atividade cognitiva. Os suportes virtuais podem oferecer estratégias metacognitivas para favorecer a realização da tarefa e da navegação;
  5. Tomada de decisão: a escolha do próximo nó a ser examinado por similaridade, protótipos, conhecimentos, importâncias e pertinências, favorece a execução da tarefa e a navegação.

O ser humano, de acordo com o modelo do processador de informação humano (MPIH), percebe o ambiente através do seu sistema sensorial (5 sentidos), memoriza e planifica ações com a ajuda do seu sistema cognitivo (cérebro) e, por último, age graças ao seu sistema a motor e graças à linguagem.  


A cada um desses sistemas corresponde uma memória e um processador. As teorias da psicologia distinguem três tipos de memórias:

  • A memória sensorial, permitindo armazenar a informação sensorial (tratamento dos estímulos) durante cerca de um quarto de segundo (250 ms),
  • A memória a curto prazo (ou memória de trabalho), capaz de armazenar um número restrito de unidades de informação, isto é, motivos visuais ou sonoros como uma palavra, etc. durante vários minutos. 
  • A memória a longo prazo, capaz de armazenar um número infinito de informações de maneira permanente.

Os três tipos de memória estão fortemente ligados. Assim, um ambiente que apela fortemente aos sentidos (música, vídeo, lugar agradável) facilita a aprendizagem a curto prazo. É por esta razão, nomeadamente, que a aprendizagem pela ação é muito eficaz. Os ambientes multimídia permitem, por exemplo, a apropriação muito rápida da interface pelas crianças, que aprender “sem se aperceber”. 
Além disso, a repetição é uma forma de passar a informação da memória a curto prazo para a memória a longo prazo. O processo de memorização a longo prazo faz-se com base num princípio de associação: a recuperação de um objeto na memória a longo prazo será ainda mais fácil se estiver associado conceitualmente a outros objetos. 

Assim, o homem decompõe as suas ações de acordo com um ciclo que compreende 7 etapas :

  • Estabelecimento de um objetivo: trata-se de uma representação mental de um estado a atingir;
  • Formulação de uma intenção: trata-se da decisão de atingir o objetivo fixado;
  • Estabelecimento de um plano de ação: representa a sequência de ações a efetuar;
  • Realização do plano de ação: consiste em ativar o sistema motor;
  • Percepção do estado do sistema, descrevendo sob a forma de variáveis psicológicas a percepção da mudança pelo organismo;
  • Avaliação do estado atingido em relação aos objetivos inicialmente fixados.

O entendimento e o uso de todos os conceitos aqui apresentados são de grande importância na formulação de uma interface amigável e ergonômica. Existem muitos outros conceitos envolvidos na Ergonomia Cognitiva, mas este post já está longo demais. Caso se interessem, as referências possuem muito mais conteúdo sobre o tema.



Referências:

[1] BRAGA, E. M. Suportes Didáticos Virtuais: A Importância da Ergonomia Cognitiva na Elaboração e Uso das Tecnologias Digitais da Informação e da Comunicação na Educação
[2] STERNBERG, Robert J. Psicologia Cognitiva. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
[3]  BAWA, J. Computador e saúde.
[4] http://www.geocities.ws/teeboheli/anexos/ErgCognitiva.pdf
[5] http://pt.kioskea.net/contents/765-webmastering-ergonomia-de-um-site-web

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